Com o conceito de “Raízes”, o Pavilhão da Úmbria contou a sua história através da identidade, da cultura e do território: mil metros quadrados acolheram 56 produtores, 30 eventos e uma forte coesão institucional. A edição de 2025 da Vinitaly destacou-se pelo elevado nível de profissionalismo e pelo envolvimento de profissionais do sector, compradores e jornalistas.
Perugia, 15 de Abril
A Vinitaly 2025 encerrou com grande satisfação para a UmbriaTop, a cooperativa que reúne a maioria dos produtores de vinho da região. A organização coordenou e promoveu a participação do sector vitivinícola da Úmbria sob o tema “Raízes”, que guiou o design e a narrativa do Pavilhão da Úmbria. Uma mensagem forte e clara: as raízes da Úmbria são não apenas agrícolas, mas também culturais, comunitárias e profundamente ligadas à identidade. Este conceito foi o fio condutor dos 30 eventos dirigidos a um público qualificado e conhecedor, composto por compradores internacionais, imprensa especializada e operadores do sector. Através de conferências, provas orientadas e encontros técnicos, a Úmbria contou a sua história — passado, presente e futuro.
“Nesta edição da Vinitaly reafirmámos uma ideia central”, afirmou Simona Meloni, Ministra Regional das Políticas Agrícolas e Agroalimentares, Turismo e PRR. “O vinho da Úmbria não é apenas uma excelência agroalimentar. É identidade, é cultura e é uma alavanca extraordinária para o desenvolvimento do turismo na nossa região. É uma marca distintiva. Por isso, mais do que nunca, precisamos de um projecto ambicioso, partilhado e reconhecível: uma verdadeira marca Úmbria que una qualidade, narrativa e visão estratégica. Na Vinitaly, para além da promoção dos nossos vinhos, lançámos as bases de um modelo de desenvolvimento que integra enoturismo, agricultura e cultura — capaz de expressar a alma autêntica da Úmbria. Não em concorrência com outras regiões, mas na sua singularidade: terra de aldeias, paisagens intocadas, hospitalidade disseminada, artesanato e bom vinho.”
“A Vinitaly 2025 caracterizou-se por um ambiente profissional, orientado para os negócios, com um fluxo constante de visitantes qualificados”, afirmou Massimo Sepiacci, Presidente da UmbriaTop. “Um elemento central foi a forte sintonia entre instituições e operadores do sector, tanto no planeamento como na visão. Os nossos produtores, que valorizaram o carácter sereno e eficaz desta edição, notaram grande atenção por parte de compradores e da imprensa, bem como um crescente interesse pelos nossos vinhos que contam, de forma autêntica, a história da Úmbria.”
A área de eventos da UmbriaTop (Pavilhão 2 – dos stands A9 a F9) voltou a ocupar dois andares, concebidos como espaços inclusivos para instituições, agências e protagonistas-chave na promoção e valorização da singularidade da região. Marcaram presença o Departamento para o PRR, Políticas Agrícolas e Agroalimentares, Zonas de Montanha e do Interior, Parques e Lagos, Turismo e Desporto, a Câmara de Comércio da Úmbria, a Promocamera Umbria, a Assogal Umbria com os seus cinco GALs, e o Parque Tecnológico Agroalimentar 3A da Úmbria. Foram realizadas inúmeras provas e debates aprofundados, integrados no formato “Umbria Wine Academy”: um programa de eventos destinados a divulgar os vinhos, histórias, projectos e protagonistas do sector vitivinícola da Úmbria.
A Assogal Umbria teve também uma presença marcante na Vinitaly 2025. Os cinco Grupos de Acção Local (GALs) da região apresentaram o primeiro laboratório vivo sobre turismo experiencial, em colaboração com a Rede Rural Nacional e com a participação de outros GALs italianos. O evento, que contou com grande adesão, demonstrou como o trabalho em equipa e o diálogo com parceiros podem gerar ideias inovadoras para os territórios rurais. Identidade territorial, envolvimento participativo e multidisciplinaridade emergiram como temas-chave em todas as experiências partilhadas. Entre os momentos de destaque, esteve o lançamento da publicação “Raízes: O Eco das Origens”, apresentada pela primeira vez com os investigadores e especialistas que contribuíram para a sua realização. A obra explora e redescobre as origens da viticultura na Úmbria através de uma abordagem multidisciplinar, destacando os pontos fortes da pequena, mas valiosa, produção regional. O conteúdo baseia-se em contributos botânicos, agronómicos e ambientais, bem como em referências culturais, relatos históricos e testemunhos da arqueologia agrícola e rural. Entre os colaboradores estão a Universidade de Perugia, a Universidade para Estrangeiros de Perugia, o Parque Tecnológico Agroalimentar 3A da Úmbria, o Museu do Vinho de Torgiano e a AIS Umbria.
“Esta publicação é mais do que um livro — é uma declaração de pertença e um acto de memória colectiva”, explicou Gioia Bacoccoli, coordenadora da UmbriaTop. “O projecto ‘Raízes’ nasceu do desejo de contar a história das forças do sector vitivinícola regional a partir das suas origens. Plínio, o Velho, escreveu na sua História Natural: ‘Umbrorum gens antiquissima Italiae existimatur’ — ‘O povo úmbrio é considerado o mais antigo de Itália’. A palavra VINÙ aparece nas Tábuas Eugubinas (Gubbio), o mais longo e importante texto ritual da antiga Itália, como ensinado pelo Professor Augusto Ancillotti. Isto confirma que o vinho era utilizado com fins sagrados e rituais. Na Úmbria, faz-se vinho desde tempos imemoriais. Comecemos, pois, a escrever uma história que é simultaneamente nova e ancestral.”