Nos dias 27 e 28 de outubro, a Quinta da Pacheca abriu suas portas para um grupo seleto de jornalistas em um evento piloto que apresentou os lançamentos de 2025 do Grupo Pacheca. Em formato intimista, o encontro reuniu enólogos e representantes das diferentes unidades do grupo, num ambiente que uniu convívio e profissionalismo.  

Entre as novidades apresentadas, dois vinhos concentraram as atenções: o Vale Abraão Branco 1ª Edição, um multi-vintage de perfil ousado e elegante, e o Porto Pacheca Tawny 80 Anos, um blend raro com média de 87 anos de envelhecimento, expressão máxima da história e da paciência do Douro. 

A história e a visão da Quinta da Pacheca sob o comando de Maria do Céu Gonçalves 

A Quinta da Pacheca é uma das propriedades mais antigas e reconhecidas do Douro. As suas estruturas históricas, como a sala dos lagares e o armazém antigo do Vinho do Porto, ambos datados de 1908, preservam o espírito da viticultura tradicional da região. 

A nova fase começou em 2012, com a aquisição da quinta por Maria do Céu Gonçalves e Paulo Pereira, que trouxeram uma gestão moderna, focada em qualidade, hospitalidade e valorização do território. 

Desde então, a Pacheca cresceu e se transformou em um grupo com projetos em nove diferentes regiões vitivinícolas de Portugal, incluindo o Douro, Dão, Bairrada, Alentejo, Trás-os-Montes e Algarve. A ambição do grupo é estar em todas as grandes regiões de Portugal e mostrar ao mundo a diversidade e a excelência do vinho português. A produção anual da marca Quinta da Pacheca, somando vinhos DOC e Vinhos do Porto, é de cerca de 1,5 milhão de garrafas. 

A filosofia que orienta o grupo é simples e consistente: preservar a identidade e a alma de cada quinta, respeitando o terroir e a história de cada projeto. Como o Emanuel comentou durante o evento, “fazer vinho é uma arte, e é importante explicar a realidade por trás dele. Precisamos mostrar sempre que o vinho não é um produto industrial.” 

No Douro, a enologia está a cargo de Maria de Serpa Pimentel e João Silva e Sousa, responsáveis pelos vinhos da casa-mãe, enquanto outras regiões contam com equipes próprias, coordenadas por Carla Rodrigues, Francisco Gonçalves, Nuno Bicó, Pedro Alegre e Paulo Laureano. Essa estrutura integrada permite ao grupo manter a coerência técnica sem perder a diversidade de estilos que caracteriza o portfólio do Grupo Pacheca. 

Trás-os-Montes: a nova aposta de altitude da Pacheca 

Quinta da Pacheca - Mesa de Degustação Trás-os-Montes

A região de Trás-os-Montes é marcada pela altitude, pelos solos graníticos e pelas grandes amplitudes térmicas que definem o seu estilo de vinho: fresco, leve e estruturado, com acidez natural e excelente potencial de guarda.  

A quinta Valle de Passos, liderada pelo enólogo Francisco Gonçalves, é uma recente aposta do grupo e uma das primeiras marcas de um grande produtor a consolidar presença com identidade própria na região. O projeto está na sua quarta vindima e já demonstra um perfil muito distinto dentro do portfólio do grupo. 

Durante a prova, Francisco destacou o caráter singular da região: “Trás-os-Montes tem uma acidez e uma tensão que não encontramos em mais lugar nenhum. O objetivo é respeitar isso, com vinhos diretos, verticais, sem exageros de madeira.” 

Lançamentos 2025 

Valle de Passos Gouveio Branco Reserva 2022 (DOC Trás-os-Montes) 

Elaborado com 100% Gouveio, passou seis meses em barricas de carvalho francês de 500 litros. No nariz, mostra notas minerais, com nuances camomila e damasco. Em boca, revela volume, frescor e muita persistência. Segundo Francisco, “o Gouveio é uma casta que se sente em casa na nossa região. Ela traduz perfeitamente o lado fresco e a altitude de Trás-os-Montes.” 

Valle de Passos Tinta Amarela 2023 (DOC Trás-os-Montes) 

Feito com 100% Tinta Amarela, a casta tinta mais emblemática da região, este vinho estagiou seis meses em barricas de carvalho francês. De cor rubi brilhante e intensidade média, exibe aromas delicados de cereja, figo e especiarias. Na boca, é elegante, com taninos integrados e final longo e fresco. 

Quinta da Pacheca - Vinhos Valle de Passos - Trás-os-Montes

Durante a degustação, Emanuel comentou o equilíbrio entre leveza e estrutura, e eu destaquei a profundidade aromática dos dois vinhos, algo que sempre me chama a atenção. 

Podemos dizer que os vinhos da Valle de Passos são expressões autênticas de um território que, aos poucos, ganha protagonismo no mapa moderno do vinho português. 

Dão: elegância e tradição reinterpretadas pela Pacheca 

Quinta da Pacheca - Mesa de Degustação Dão

No Dão, o grupo é representado pela Caminhos Cruzados, localizada em Nelas, entre as Serras do Caramulo e da Estrela. A região tem um clima equilibrado, com noites frias e solos graníticos que dão origem a vinhos com frescor e elegância natural.  

A equipe de enologia é composta por Carla Rodrigues, Carlos Magalhães e Manuel Vieira, conhecido como o “Senhor Encruzado” por seu papel na valorização dessa casta nos anos 1990. “O que nós fizemos foi revelar essa casta que sempre esteve presente na região, mas ninguém conhecia”, contou Manuel. 

Carla, por sua vez, destacou o caráter vibrante da casta: “O Encruzado tem esta particularidade fantástica. Tem esta tensão na boca, é muito vibrante, é muito fresco, acaba por nos limpar o palato e é realmente um vinho extraordinário. Para mim, o Encruzado é uma das melhores castas brancas.” 

Lançamentos 2025 

Caminhos Cruzados Reserva Encruzado 2023 (DOP Dão) 

Um branco de personalidade marcante, feito apenas com Encruzado. No aroma, combina notas cítricas e minerais; em boca, mostra frescor e energia, com uma textura cremosa e final persistente. A tradução perfeita do que Carla descreve como “tensão e vibração”. 

Vinhas da Teixuga Tinto 2021 (DOP Dão) 

Feito com Alfrocheiro, uma casta delicada que exige cuidado. “O Alfrocheiro é muito delicado e nós não queríamos marcar a casta com a madeira”, explicou Carla. “O objetivo de usarmos a madeira foi só mesmo para dar alguma complexidade, mas não marcar aromaticamente a casta.” O resultado é um tinto fino, fresco e elegante, fiel à sua origem. 

Quinta da Pacheca - Vinhos Dão

Teixuga Branco 2020 (DOP Dão) 

Um branco de guarda com estrutura e profundidade. A longa maturação em barrica realça notas sutis de frutos secos e mel, mantendo frescor e equilíbrio. 

Teixuga Tinto 2020 (DOP Dão) 

Baseado na Touriga Nacional, é um vinho intenso e elegante, com aromas de frutas silvestres e especiarias. Taninos firmes e final longo completam o conjunto. 

Durante a prova, Emanuel e eu comentamos que temos provado vinhos fantásticos do Dão, uma região que está entre as nossas preferidas em Portugal. E esses da Caminhos Cruzados com certeza estão entre os melhores! 

Bairrada: espumantes e tintos com alma atlântica 

Quinta da Pacheca - Bairrada e Algarve

Vinhos da região da Bairrada e do Algarve

Na Bairrada, o grupo é representado pela Quinta do Ortigão, em Anadia, uma propriedade com longa tradição na produção de espumantes. A região, influenciada pelo Atlântico e pelos solos argilo-calcários, combina frescor, estrutura e uma acidez natural que garante longevidade. 

Durante o evento, Pedro Alegre descreveu com orgulho a identidade da casa: “Nós nos consideramos a quinta mais bairradina da própria Bairrada. Temos uma grande tradição na área dos espumantes, mas temos evoluído também muito nos vinhos tranquilos.” 

A enóloga Carla Rodrigues, que acompanha os projetos da Bairrada, destacou a força da casta símbolo da região: “O espumante de Baga demonstra bem a garra da casta. Tem bastante estrutura, uma acidez muito presente, é muito persistente e muito fresco, com alguma crocância.” 

Lançamentos 2025 

Espumante Ortigão Rosé 2022 (Beira Atlântico) 

Feito com 100% Baga, é um espumante vibrante e fresco, com notas de frutas vermelhas e textura cremosa. A acidez marcante dá leveza e convida ao próximo gole. 

Ortigão Cuvée 2019 (DOC Bairrada) 

Elaborado a partir de Arinto e Bical, é um espumante fino e equilibrado, com aroma de pão tostado e boa cremosidade. Pedro comentou: “É um espumante que se adequa muito bem à nossa gastronomia da Bairrada: pratos de conforto e de tacho, como o leitão.” 

Ortigão Quatro Dezasseis Branco 2017 (DOC Bairrada) 

Feito com Arinto, mostra o lado mais maduro e elegante da região, com notas de fruta branca e toque de madeira bem integrada. 

Ortigão Talhão dos Manos 2020 (DOC Bairrada) 

Um tinto que combina Tinta Roriz, Touriga Nacional e Baga. É intenso e equilibrado, com taninos polidos e um final longo, confirmando o potencial da Bairrada também para vinhos tranquilos. 

A Bairrada do Grupo Pacheca mantém o respeito pela tradição, mas com um olhar contemporâneo. Traz vinhos e espumantes que unem frescor, estrutura e autenticidade, sem perder a alma atlântica que define esta região. 

Algarve: a surpresa do sul na expansão da Pacheca 

O Mira-Bela, projeto mais recente do grupo, marca a chegada da Pacheca ao Algarve. A vinificação acontece em Alvor, sob a responsabilidade da enóloga Carla Rodrigues, que conduz o trabalho com foco em frescor, leveza e identidade regional. 

O objetivo é capturar a essência do sul, o mar, o sol e a luminosidade, em vinhos pensados tanto para o consumo local quanto para o enoturismo. Como explicou Carla, “a ideia é proporcionarmos às pessoas que nos visitam no Algarve uma recordação da região. Que, quando abrirem uma garrafa destas, sintam o sol, a luminosidade, o mar, as férias, os momentos bem vividos.” 

Lançamentos 2025 

Mira-Bela Branco 2024 (IGP Algarve) 

Feito com Sauvignon Blanc, é um branco fresco e expressivo, com notas tropicais e um toque vegetal típico da casta. Carla comentou: “É um vinho que representa muito bem o perfil da casta, tanto aromática quanto sensorialmente. Estão muito presentes os aromas de pêssego, maracujá e aquela parte mais tropical.” 

Mira-Bela Rosé 2024 (IGP Algarve) 

Com Touriga Nacional, Grenache e Cinsault, é um rosé claro e delicado, de perfil seco e elegante. Tem acidez equilibrada, notas florais e um estilo leve que combina com o clima da região. 

Mira-Bela Tinto 2024 (IGP Algarve) 

Um tinto redondo e acessível, com Alicante Bouschet, Syrah, Petit Verdot e Touriga Nacional. É macio e fresco, com boa estrutura e final longo, mantendo a linha descontraída do projeto.

Durante a degustação, Emanuel observou que os vinhos Mira-Bela “são muito mais franceses do que portugueses”. O Sauvignon Blanc trouxe à memória os brancos do Novo Mundo, com o maracujá muito presente, enquanto o rosé remeteu diretamente à Provence, pela leveza e elegância. São vinhos com sabor a praia e a mar, perfeitos para o verão e pensados para um público internacional — turistas que buscam experiências leves, solares e cheias de frescor”, dissemos. 

Alentejo – tradição e intensidade na nova coleção Pacheca 

No Alentejo, o grupo está presente com duas unidades distintas: a Herdade da Rocha, no Crato, e a Ribafreixo, na Vidigueira. Cada uma expressa um lado diferente da região, o norte, com vinhos mais austeros e estruturados, e o sul, com frescor e mineralidade.  

A enologia é conduzida por Nuno Bicó, em colaboração com Paulo Laureano, enólogo consultor que acompanhamos e admiramos há anos. Nós tivemos a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente ainda no Brasil, durante o lançamento do seu vinho Bacalhau, no restaurante Tasca da Esquina, em São Paulo. 

Durante a prova, Paulo descreveu o Alentejo como “a maior manta de retalhos que existe em Portugal”. Segundo ele, “a Vidigueira é uma dessas regiões completamente diferentes, sobretudo por causa do solo de xisto negro, muito duro, que dá muita frescura aos vinhos.” 

Lançamentos 2025 

Herdade da Rocha Alicante Bouschet 2021 (Vinho Regional Alentejano) 

Um tinto intenso e estruturado. “Vão ver um vinho um pouco mais austero, onde se nota bem a menta. É uma característica forte quando estamos mais ao norte do Alentejo,” explicou Paulo. 

Herdade da Rocha Syrah 2021 (Vinho Regional Alentejano) 

Elegante e envolvente, traz aromas de frutas vermelhas e especiarias finas. No paladar, é sedoso e agradável, refletindo o estilo do norte alentejano. 

Quinta da Pacheca - Vinhos Alentejo - Herdade da Rocha
Quinta da Pacheca - Vinhos Alentejo - Herdade do Moinho Branco

Herdade do Moinho Branco Antão Vaz 2020 (DOC Alentejo) 

Feito com 100% Antão Vaz, é um branco com notas de fruta madura e mineralidade delicada. Paulo explicou: “Na boca, ele é muito macio, quase dá uma sensação de doçura no início, mas tem zero gramas de açúcar.” Um vinho que mostra o equilíbrio entre corpo e frescor típico da Vidigueira. 

Herdade do Moinho Branco Tinta Miúda 2021 (IGP Alentejo) 

Casta também conhecida como Graciano, normalmente usada em cortes, aqui ganha protagonismo. “A Tinta Miúda é uma casta que traz exotismo e tem boa acidez, o que para nós, no Alentejo, é muito importante,” completou o enólogo.

Herdade do Moinho Branco Alicante Bouschet 2020 (DOC Alentejo) 

Um tinto poderoso, com taninos firmes e notas de frutos silvestres e café. Mostra o lado mais estruturado e denso do Alentejo, com frescor equilibrado e 17% de teor alcóolico. 

A diversidade da região, unida ao rigor técnico de Nuno Bicó e à experiência de Paulo Laureano, resulta em vinhos consistentes, cheios de personalidade e elegância, um retrato fiel do novo Alentejo que o Grupo Pacheca ajuda a construir.

Douro: a alma da Pacheca entre vinhos tranquilos e Porto 

Quinta da Pacheca - Mesa de degustação 4

O Douro é o coração do grupo e onde a história da Quinta da Pacheca começou. É também a região onde a tradição e a inovação se encontram de forma mais visível, das vinhas centenárias nas encostas do rio aos novos projetos que buscam vinhos mais elegantes e equilibrados. A enologia está a cargo de Maria Serpa Pimentel e João Silva e Sousa. 

Descendente da família Serpa Pimentel, que adquiriu a Quinta da Pacheca em 1903 e a manteve sob sua gestão por várias gerações, Maria Serpa Pimentel representa hoje a continuidade dessa herança no projeto. Além de enóloga, traz consigo o vínculo histórico e afetivo da família com o Douro, agora em nova fase sob a gestão do Grupo Terras & Terroir. 

Durante o encontro, Hugo Fonseca, diretor de produção centro-norte,  lembrou que “o objetivo do grupo é estar nas regiões mais importantes de Portugal. E só falta uma, que são os Vinhos Verdes”. A estratégia é clara: representar o melhor de cada terroir português, sempre com identidade própria. 

Na apresentação das novidades, Maria explicou a filosofia dos vinhos Quinta da Pacheca: “Para nós, a barrica não é uma questão fundamental no sentido de dar muita madeira ao vinho. O que procuramos é equilíbrio: vinhos mais complexos e sofisticados, mas sem que a madeira se torne algo muito presente.” 

Essa visão está evidente nos lançamentos de 2025, que revelam o lado mais fino e preciso do Douro. 

Lançamentos 2025 

Pacheca Branco Reserva Vinhas Velhas 2024 (DOC Douro) 

O primeiro branco de vinhas velhas da Pacheca. Feito a partir de várias castas tradicionais, combina frescor e textura cremosa, com notas de fruta branca e um toque mineral elegante. 

Pacheca Reserva Lagar Nº 1 2020 (DOC Douro) 

Fruto de um desafio direto do sócio principal, que pediu “o melhor vinho do mundo”, Maria respondeu com simplicidade: “Isso eu não sou capaz de fazer, mas prometo-lhe que vou fazer um vinho importante e muito bom.” O resultado é um tinto profundo, concentrado e equilibrado — um dos grandes vinhos do Douro atual.

Quinta da Pacheca - Vinhos do Douro

Pacheca Reserva Vinhas Velhas Tinto 2023 (DOC Douro) 

Um tinto de perfil clássico e refinado, com fruta vermelha fresca, taninos delicados e final equilibrado. 

Vale Abraão Branco 1ª Edição (DOC Douro) 

Um dos grandes destaques do evento, este vinho é resultado de uma ideia inusitada. Como contou a enóloga: “Gostamos tanto do vinho que dissemos: não podemos gastar tudo. Vamos tentar fazer algo diferente. Então, só tiramos parte dele para o Pacheca Branco Grande Reserva e enchemos o balseiro novamente com o melhor vinho de 2021.” O resultado é um multi-vintage que mistura colheitas de 2020, 2021 e 2022 — complexo, vibrante e com enorme potencial de guarda. 

Vale Abraão Tinto 2020 (DOC Douro) 

Com Touriga Francesa e Touriga Nacional, mostra fruta madura, estrutura firme e taninos aveludados. É um vinho de guarda, que evoluirá muito se guardado por cinco anos ou mais. 

São José do Barrilário Reserva Tinto 2020 (DOC Douro) 

Com 60% de Touriga Francesa, é um vinho intenso e elegante. Na vinificação, a equipe aplicou uma técnica de maceração pós-fermentativa prolongada, como explicou a enóloga: “Os taninos polimerizam todos e deixam de ter reatividade. A longevidade de vinhos feitos assim é muito mais elevada.” 

Vinhos do Porto 

Pacheca Porto Vintage 2023 (DOP Porto) 

Segundo Hugo Fonseca, “os vintage são certificados no segundo ano após a vindima e engarrafados entre o segundo e o terceiro ano”. Representam apenas entre 4 e 6% da produção total de vinho do Porto, o que explica a sua raridade. Este Vintage 2023 mostra fruta preta intensa, notas florais e uma textura aveludada. 

Pacheca Porto Tawny 80 Anos (DOP Porto) 

Grande destaque da apresentação, é o primeiro Porto 80 Anos do Grupo Pacheca. Segundo João Silva e Sousa, este vinho tem na verdade uma média de idade de 87 anos de envelhecimento em barrica. O resultado é um Porto extraordinário, de cor âmbar com reflexos esverdeados, aromas de nozes, figos secos e caramelo, e um final interminável. 

Quinta da Pacheca - Pacheca Porto Tawny 80 Anos

Os vinhos do Douro mostraram por que a Pacheca continua a ser uma das casas mais respeitadas da região: equilíbrio, sofisticação e uma leitura moderna de um território com séculos de história. 

Enoturismo na Quinta da Pacheca: referência em hospitalidade e experiências vínicas 

Quinta da Barrica - Vista Barrica e Varanda

Hospedagem memorável, equipe fora de série, provas técnicas e contato direto com o vinho: a visita que fizemos à Quinta da Pacheca mostrou como o enoturismo é parte essencial da identidade do grupo. Dormir no icônico quarto em formato de barrica foi uma experiência única — uma forma divertida e simbólica de estar literalmente dentro do universo do vinho. 

Já conhecíamos a quinta de uma visita anterior, em junho deste ano, quando fizemos o passeio turístico com os meus pais. Na época, o que mais nos impressionou foi o profissionalismo da equipa, a estrutura impecável e a qualidade dos vinhos servidos na degustação. Ao contrário do que acontece em muitas vinícolas, onde os turistas costumam provar apenas os rótulos de entrada, na Pacheca as provas incluem vinhos de nível superior, que realmente representam o padrão da casa. 

Não à toa o grupo acumula distinções importantes: 

  • Em 2018, recebeu o “Wine Tourism Award with Accommodation” nos W Awards; 
  • Em 2020, o projeto Wine Barrels (os quartos-barrica) foi premiado como Best of Wine Tourism 2020 – Architecture & Landscape; 
  • E em 2025, o Wine House Hotel foi eleito Melhor Enoturismo de Portugal nos Portugal Travel Awards.

Como comentou o diretor de marketing Daniel Campos, “a melhor maneira de vender o vinho é à mesa e explicando”. E é exatamente isso que a Pacheca faz: transforma cada experiência em um momento de partilha, conhecimento e prazer. 

Quinta da Pacheca - Quartos em Pipas de Vinho
Quinta da Pacheca - Quartos em Pipas de Vinho

O futuro promissor do Grupo Pacheca 

O Grupo Pacheca tem mostrado uma visão rara no setor do vinho português: expandir com propósito, respeitando as origens de cada região e dando autonomia a cada projeto para manter sua identidade própria.  

Em vez de uniformizar estilos, o grupo atua como um elo entre terroirs — do frescor de Trás-os-Montes à elegância do Dão, da tradição atlântica da Bairrada à intensidade do Alentejo e à luminosidade do Algarve, sem esquecer o Douro, onde tudo começou. 

Essa estratégia revela uma compreensão profunda do país e uma aposta clara na diversidade. Os lançamentos de 2025 confirmam o amadurecimento dessa filosofia: vinhos tecnicamente rigorosos, mas com alma, cada um fiel ao lugar onde nasce. 

O resultado é um portfólio coeso, que combina inovação, qualidade e elegância. Um grupo que cresce com consistência, investe em enoturismo exemplar e valoriza o que Portugal tem de melhor: a capacidade de unir tradição, hospitalidade e autenticidade. 

Encerramos esta experiência com gratidão por termos participado deste evento tão exclusivo, que nos permitiu conhecer de perto o futuro do vinho português através dos olhos e dos vinhos do Grupo Pacheca. 

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