No dia 1º de junho, pudemos matar as saudades de duas coisas que gostamos muito: eventos de vinho e espumantes brasileiros! Para celebrar o Dia Nacional do Vinho no Brasil (celebrado sempre no primeiro domingo de junho), a Embaixada do Brasil em Lisboa patrocinou uma degustação que reuniu alguns dos melhores produtores de espumantes brasileiros: Vinícola Aurora, Casa Valduga, Rio Sol e Salton. E o Emanuel foi convidado para apresentar os espumantes da Salton — uma honra para nós!

Durante todo o evento chamou-se a atenção para um fato importante: o Brasil produz espumantes maravilhosos que dificilmente chegam às mãos de apreciadores internacionais. Guilherme Correa, que apresentou os espumantes da Valduga e da Aurora, comentou que “o Brasil produz vinhos de extrema qualidade que, infelizmente, pela dificuldade de produção e exportação não saem do país”.

Para se ter uma ideia, 80% do consumo de espumantes brasileiros é interno. Mas o produto vem crescendo no mercado internacional. Apesar de durante o ano de 2020 ter havido uma queda substancial na comercialização de espumantes, antes da pandemia foi registrado um aumento de 87% na venda de espumantes.

Conheça a seguir um pouco da história dos produtores presentes neste evento e os espumantes que provamos.

Espumantes Brasileiros Embaixada

Vinícola Aurora

Pudemos conhecer um pouco mais sobre a Vinícola Aurora através do sommelier Guilherme Corrêa, profissional da indústria dos vinhos que, pelas suas palavras, “assistiu à explosão dos espumantes brasileiros” no início da sua carreira.

Tal como muitas vinícolas do Brasil, a Aurora nasceu com a chegada de famílias imigrantes à América do Sul no século XIX. Estas famílias trouxeram consigo um forte hábito de consumo de vinhos, despertando a necessidade de produção de vinhos na região.

Foi no coração da cidade de Bento Gonçalves (RS) que, em 1931, dezesseis famílias de produtores se juntaram para criar a Cooperativa Vinícola Aurora, que conta hoje com 1.100 famílias associadas.

Foi no coração da cidade de Bento Gonçalves (RS) que, em 1931, dezesseis famílias de produtores se juntaram para criar a Cooperativa Vinícola Aurora, que conta hoje com 1.100 famílias associadas.

Durante o evento foram apresentados três espumantes desta vinícola: Aurora Pinto Bandeira, Aurora Brut Rosé e Moscatel. Este foi apenas um cheirinho do que esta vinícola pode oferecer, uma vez que produziu mais de 81 milhões de litros de vinho em 2020, sendo que 16% desses foram vinhos finos e espumantes.

Casa Valduga

A segunda vinícola apresentada, novamente pelo sommelier Guilherme Corrêa, tem uma história com mais de 130 anos. Foi em 1875 que o primeiro imigrante Valduga chegou ao Brasil e iniciou a produção de vinhos na região hoje conhecida como Vale dos Vinhedos.

A Casa Valduga exemplifica muito a história dos imigrantes italianos na Serra Gaúcha. Hoje a quarta geração da família Valduga produz vinhos de grande qualidade e reconhecimento internacional. A marca está presente em mais de 20 países e transmite diariamente os seus valores de trabalho familiar e inovação constante.

Os espumantes degustados pertencem à linha 130 da Valduga, criada para celebrar os 130 anos da vinícola: Casa Valduga 130 Brut Rosé, Casa Valduga 130 Blanc de Blanc e Casa Valduga 130 Blanc de Noir. O Casa Valduga 130 Blanc de Blanc foi eleito o melhor do mundo em prova às cegas no concurso Vinalies Internationales 2020, na França, concorrendo com mais de 3.500 vinhos e espumantes de todo o mundo.

Rio Sol

A Rio Sol é uma vinícola brasileira pertencente ao grupo português Global Wines, com sede no Dão. Por isso, quem apresentou os espumantes no evento foi Osvaldo Amado, o enólogo diretor do grupo Global Wines.

Produzindo vinhos há 15 anos no Brasil, a Rio Sol localiza-se na região nordeste, um local de clima subtropical que não baixa dos 26ºC no inverno e pode ir até os 50ºC no verão. Com estas condições climáticas únicas, a Rio Sol consegue produzir duas safras de uvas por ano, realizando vindimas quase todas as semanas, o que duplica o potencial dos 120 hectares de vinha.

Por ano produzem 1,5 milhão de garrafas de espumante, e pudemos provar três rótulos no evento: Rio Sol Brut Branco, Rio Sol Brut Rosé e Rio Sol Moscatel. Foi notável pela nossa degustação o cuidado que a Rio Sol tem em equilibrar açúcar, álcool e acidez nos seus espumantes.

Salton

Como muitos dos produtores brasileiros, a Salton teve origem em uma família de imigrantes italianos que chegou ao brasil em 1878. O negócio de vinhos começou em 1910, também na região de Bento Gonçalves.

Em 1999 a empresa se profissionalizou e iniciou a produção de vinhos finos. Em 2011, lançou um novo projeto, próximo da fronteira Uruguai, de onde saíram os cinco vinhos da gama Salton Gerações, em que a vinícola homenageia os seus fundadores. Destes, são três espumantes e dois vinhos tintos — todos em edição limitada que nós pudemos provar ainda no Brasil.

Hoje, liderada pela quarta geração da família, a Salton é líder na comercialização de espumantes brasileiros e reconhecida por todo o mundo como um produtor de qualidade. Os seus espumantes são predominantemente produzidos na Serra Gaúcha, sendo usado o método charmat em todos eles.

Espumantes Salton
No evento da Embaixada do Brasil, esta vinícola foi apresentada pelo Emanuel Alexandre Tavares, que contou a história da Salton e conduziu a prova de seus espumantes. Foram degustados os três últimos espumantes do evento, sendo eles o Séries by Salton Brut, Salton Brut Rosé e Salton Brut.

Uma curiosidade sobre este produtor é que em 1940, por encomenda de um padre, a Salton fez um vinho chamado Canônico. A ideia era que o vinho fosse servido durante a missa, e até hoje a Salton fornece vinho para as igrejas brasileiras.

Todos os vinhos do evento foram acompanhados por um menu super especial de finger foods preparadas pelo chef Pipo Cox, da Cooking for Friends. O Emanuel trabalhou junto com o Pipo para harmonizar cada iguaria com o espumante ideal e o resultado foi fantástico!

Este foi o primeiro evento organizado pela Embaixada do Brasil em Lisboa para divulgar os vinhos brasileiros em Portugal. Por conta da pandemia, os lugares foram muito limitados — cerca de 20 pessoas. Mas o objetivo da Embaixada é marcar Dia Nacional do Vinho no Brasil com um evento anual, sempre na primeira semana de junho. Além dos espumantes, temos muito mais vinhos para mostrar aos portugueses.

E você, já provou algum espumante brasileiro? Deixe a sua opinião nos comentários.

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