- Frescura e elegância num Alvarinho de guarda
A Real Companhia Velha lançou recentemente a nova colheita daquela que foi a primeira referência de Alvarinho produzido na região do Douro. Com origem na propriedade que lhe dá nome, o ‘Quinta de Cidrô Alvarinho 2020’ (€9,00) chega ao mercado e consigo enverga duas distinções atribuídas pela conceituada revista Decanter: 93 pontos e a presença no Top 10 de uma prova de 83 referências, num autêntico duele entre Albariño de Espanha e Alvarinhos de Portugal, e que envolveu três provadores: a jornalista Sarah Jane Evans (Master of Wine), a crítica de vinhos Sarah Ahmed e director de compras Beth Willard.
Recorde-se que, em 2001, a famosa casta autóctone da sub-região de Monção e Melgaço, na região dos Vinhos Verdes, viajou até à Quinta de Cidrô, no planalto de São João da Pesqueira, para, anos mais tarde, dar origem a um Alvarinho assumidamente duriense e com potencial de guarda, entre os 10 e os 15 anos. Este vinho é resultado da continua inovação e experimentação levada a cabo pela Real Companhia Velha na Quinta de Cidrô, considerada uma “quinta modelo” de experimentação vitivinícola para toda a região do Douro. A ideia de plantar esta casta surgiu da ambição de produzir um monovarietal branco de grande qualidade, a partir de uma casta portuguesa.
Com fermentação e estágio de seis meses em cubas inox, com o objectivo de preservar a frescura e a elegância, o ‘Quinta de Cidrô Alvarinho branco 2020’ apresenta uma cor citrina levemente dourada, a denotar concentração. Um branco com aromas finos e delicados, onde se destaca a intensidade das notas cítricas e da flor de laranjeira, a contribuírem para a sua complexidade. Encorpado e fresco, revela, na boca, os sabores que se adivinham no aroma. Um Alvarinho longo e distinto, salientado por uma acidez estaladiça e uma saborosa mineralidade. Um Alvarinho a chamar pelo Verão de São Martinho e a despertar a vontade para um bom peixe grelhado, marisco ou caril de gambas. Como entrada ou petisco entre amigos, uma mozzarella di búfala e um presunto de pata negra.
Devido à sua elevada altitude, entre os 475 e os 600 metros, e clima ameno, a Quinta de Cidrô tem demonstrado enorme aptidão para a produção de brancos de grande qualidade, como também castas de uva tinta de perfil mais elegante. Os fatores determinantes do terroir da Quinta de Cidrô – clima, exposição e solos –, aliados a uma prática de cultivo sustentável, permitem uma abordagem minimalista na adega, resultando em vinhos muito puros e representativos da vinha de onde são produzidos.