Salton Gerações Antonio “Nini” Salton 2011 – Um vinho com nome e sobrenome

Fui a uma loja de vinhos procurar um presente de aniversário para meu cunhado, um grande cara que, por viajar muito, tem oportunidade de beber vinhos excelentes. Não que seja uma pessoa difícil de agradar, muito pelo contrário, mas é um conhecedor de vinhos, sabe o que é bom.

Na prateleira, dois vinhos brasileiros da Salton me chamaram a atenção: o Salton Gerações Antonio “Nini” Salton e o Salton Septimum. São da série Exclusividade que, como o próprio nome diz, é composta por vinhos feitos com esmero. Há grandes tintos e espumantes diferenciados.

Minha escolha recaiu sobre o Salton Gerações Antonio “Nini” Salton. Confesso que o visual da garrafa, com um rótulo lindíssimo em relevo, e até seu peso, me impressionaram muito. Impossível passar despercebido. Contribuíram também a dica do vendedor, informando se tratar de um grande vinho, e o número da garrafa que estava na minha mão: 00999. Procurei a 01000, mas não estava na loja. Quer presente melhor?

O problema é que saí de lá arrependido por não ter comprado uma garrafa para mim e, alguns dias depois, não resisti, voltei na loja e comprei duas. Uma para abrir logo e matar a enorme curiosidade, a outra para guardar. Agora era só escolher a data. Não demorou muito…

Meu irmão Wanderley e sua esposa Marta também são apreciadores de bons vinhos e foram as “vítimas” escolhidas para participar da prova no último sábado, dia 14. Trouxeram um Incógnito para completar a noite, mas aí já é assunto para outro post.

O Vinho

Realmente os vinhos brasileiros têm me surpreendido mais a cada dia. Este é um assemblage de quatro uvas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Malbec. No site da Salton eles exibem com orgulho todo o cuidado empregado na produção. O vinho tem edição limitada, com apenas 13 mil garrafas por ano.

As uvas foram selecionadas dos melhores vinhedos e climatizadas a 5ºC antes da elaboração. É então realizada a seleção de cachos e a extração do engaço (cabinho). Depois é feita a seleção de grãos e maceração pelicular a baixa temperatura. Após seis dias é iniciada a fermentação alcoólica e, posteriormente, a maceração pós fermentativa, totalizando aproximadamente 30 dias para esse preparo inicial.

Após a clarificação espontânea, realiza-se o corte dos vinhos que compõem o produto e seu armazenamento em barricas de carvalho novo francês meio tostado, onde ficam por 12 meses em cave climatizada com ar filtrado e temperatura entre 12 a 15°C e umidade entre 75 e 80%. Depois de engarrafado, o vinho ainda permanece um ano descansando antes de ir para o mercado. Todo esse cuidado só poderia resultar em um grande vinho.

A primeira impressão de todos nós ao vermos o vinho na taça foi de se tratar de um vinho jovem, apesar dos 5 anos de idade. Uma cor intensa, um halo rubi brilhante, bonito. Os 12 meses de barrica lhe deram maturidade e elegância, mas não mascararam a fruta, bastante presente. O resultado é realmente muito bom.

No paladar, uma certa delicadeza para um vinho tão encorpado. Redondo, com acidez equilibrada, um vinho ao mesmo tempo pronto para ser apreciado ou guardado por mais alguns anos.

Ultimamente eu tenho notado que os bons vinhos brasileiros têm se distanciado de algumas características típicas de vinhos sulamericanos, como a potência dos argentinos e chilenos, e se aproximado um pouco mais dos europeus, com sua elegância, aromas e longevidade.

Este é, sem dúvida, um vinho muito elegante, que deve ser apreciado em grandes momentos com uma boa companhia.

Premiação em Bruxelas

O Salton Gerações Antonio “Nini” Salton acaba de conquistar, como vinho assemblage, a medalha de prata na 23ª edição do tradicional Concours Mondial de Bruxelles. A competição é realizada há mais de 20 anos e desta vez elegeu como sede a cidade búlgara de Plovdiv, reunindo mais de 8.750 vinhos oriundos de 51 países produtores, avaliados por uma seleção de 320 jurados de todo o mundo.

A Salton também foi a única vinícola brasileira a trazer uma medalha de ouro para casa. Elaborado com uvas Merlot, das regiões da Serra e da Campanha Gaúcha, o Salton Desejo 2011 ficou em primeiro lugar na sua categoria.

O Concours Mondial de Bruxelles apresenta um retrato instantâneo anual da viticultura mundial, projetando o produtor e garantindo qualidade para o consumidor. O resultado completo da competição pode ser conferido neste link.

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