Costuma-se dizer que os californianos são sérios para tratar de vinhos e tranquilos sobre todo o resto. Bem, não tão tranquilos. A Califórnia possui uma indústria tecnológica fortíssima e uma agricultura revolucionária. Mas quando se está cercado por maravilhas naturais e sol durante o ano inteiro, é muito fácil ser feliz. Claro que uma taça de vinho ao lado sempre ajuda. 😉
O excelente clima da Califórnia durante o ano inteiro é perfeito para os vinhos. A abundante luz do sol garante um período de crescimento consistente e longo para as uvas, enquanto a diversidade do terroir suporta uma multiplicidade de variedades de castas e mesmo uma variação de sabores surpreendente no produto final.
Os 1.300 quilômetros de encostas do litoral expõem os vinhedos a uma espécie de “ar condicionado” natural na forma da névoa e brisas, criando um ambiente excepcional para a Chardonnay, a Pinot Noir e outras variedades que gostam de clima fresco. Já as videiras plantadas ao longo das colinas obtêm uma mistura de ar fresco e sol brilhante, condições especiais para a Cabernet Sauvignon e a Merlot.
Além do clima, a diversidade de solo contribui para o terroir perfeito para o cultivo das videiras: areia, argila, granito, cinzas vulcânicas, solo do fundo do mar, cascalho… cada região traduz para as uvas a sua própria mineralidade.
E os vinicultores não são menos criativos. Desde os anos 1.700, imigrantes de todo o mundo se estabeleceram na Califórnia trazendo suas videiras e suas habilidades. Segredos de família que foram passados de geração em geração, proporcionando ao vinho da Califórnia um legado único e uma gama de sabores espetacular, difícil de se encontrar em outra região do mundo.
O julgamento que mudou a história
Desta vez vamos inverter a ordem dos fatos um pouquinho… Em vez de iniciar a história dos vinhos da Califórnia pelos imigrantes que trouxeram as videiras à região, vamos começar falando do fato que projetou os vinhos californianos no mundo todo.
Até então desprezados, sob a supremacia do Velho Mundo, principalmente dos franceses, os vinhos da Califórnia tornaram-se famosos após o Julgamento de Paris de 1976. Em uma degustação às cegas, promovida pelo sommelier inglês Steven Spurrier para movimentar o seu negócio, os californianos bateram os melhores vinhos franceses de Bordeaux e da Borgonha e ficaram em primeiro lugar, tanto na degustação de tintos quanto de brancos. O fato foi tão inusitado que virou filme. É bem divertido, vale a pena ver, está disponível na Netflix.
O Chateau Montelena Chardonnay safra 1973, que venceu o concurso, está entre os vinhos mais caros do mundo e já foi leiloado por mais de 11 mil dólares. Uma garrafa da safra atual (2014) custa por volta de R$ 650. Na categoria dos tintos, o vencedor foi o exemplar de Cabernet Sauvignon da Stag’s Leap Wine Cellar, a segunda safra produzida pela vinícola, sendo a primeira em escala comercial. Atualmente o Cask 23, um dos tops da vinícola, é encontrado no Brasil por mais de R$ 5 mil.
Voltando ao início
Após a pausa para o cinema, vamos voltar ao início da história.
As primeiras mudas de videiras foram trazidas para a Califórnia por missionários franciscanos espanhóis no século XVIII, e por eles cultivadas até o século XIX, produzindo vinhos para serem utilizados em seus ritos.
Na segunda metade do século XIX, com a chamada Corrida do Ouro, a costa oeste dos Estados Unidos teve um aumento populacional significativo e a demanda por vinho acompanhou esse crescimento. Não demorou para que a área destinada ao plantio e cultivo das uvas aumentasse exponencialmente, assim como os investimentos nos vinhedos, que fez com o que a produção de vinhos se estabelecesse definitivamente na região.
A produção de vinho californiano ia muito bem até que sofreu dois grandes golpes. O primeiro deles, ainda no final do século XIX, por volta de 1890, foi o ataque da praga filoxera, que devastou grande parte dos vinhedos ao redor do mundo, chegou à Califórnia, e freou a indústria vinícola na região.
Logo em seguida, no início do século XX, a Lei Seca, que proibiu a comercialização legal de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos, obrigou muitas vinícolas a fecharem suas portas e os números, que antes eram promissores, decaíram de forma significativa.
A indústria vitivinícola californiana somente voltou a se recuperar durante a segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), quando as regiões de Napa Valley e Sonoma Valley começaram a se destacar. Foi nesta época, também chamada de início da Era Moderna dos vinhos da Califórnia, que a família Mondavi comprou a vinícola de Charles Krug com o intuito de empregar critérios mais rigorosos e técnicas mais modernas, como os utilizados em Bordeaux.
Até então, as uvas plantadas na região tinham origem desconhecida. Muitas vinícolas produziam blends sem saber ao certo o que estavam misturando. A família Mondavi começou a plantar as variedades de Bordeaux, como Cabernet Sauvignon e Merlot, obtendo grande sucesso. A segunda metade da Era Moderna para os vinhos da Califórnia começa com a ascensão do prestigiado crítico Robert Parker, cujo entusiasmo pela bebida chamou a atenção das pessoas. Parker defendeu o crescimento dos vinhos varietais, com frutas atingindo a maturação fenólica, plantas de baixo rendimento e o uso de barricas de carvalho novo.
Robert Parker incentivou as pessoas a provarem os vinhos que a Califórnia tinha a oferecer. Muitos pequenos produtores começaram a fazer vinhos melhores que seus vizinhos maiores e mais famosos. Por volta de 1994, surgiu o termo Cult Wine – um Cult Wine era definido como um vinho com alta pontuação de Robert Parker, pequena produção (geralmente menos de 600 garrafas por ano) e, o mais importante, alcançavam preços altíssimos, sendo vendidos para colecionadores e investidores.
Logo havia mais de 50 rótulos aderindo à mania do Cult Wine. Por volta de 1997, esse fenômeno começou a se estagnar e, pouco mais de uma década depois, pouquíssimos vinhos ainda mereciam o título de Cult Wine. Alguns deles se mantiveram no top da lista, como Screaming Eagle, Harlan, Sine Qua Non e Marcassin.
Robert Parker é visto por muitas pessoas como o estopim para o aumento da qualidade dos vinhos da Califórnia. Outros consideram que os vinhos da era pré Parker eram melhores. Na verdade, nos velhos tempos talvez 10 a 15 produtores faziam bons vinhos na região. Hoje, centenas de vinicultures estão produzindo ótimos vinhos na Califórnia. Em fevereiro de 2011, Robert Parker declarou que não iria mais revisar os vinhos californianos. Daquele ano em diante, Antonio Galloni passou a escrever sobre os vinhos daquele estado. Será que algo vai mudar? Qual a sua aposta?
Você sabe o que são AVAs?
A Califórnia é o maior produtor de vinhos entre os estados norte-americanos. Seu clima é tipicamente mediterrâneo, com ventos frescos, muito sol e chuvas bem localizadas. Seu território é uma sucessão de pequenos vales, criando um celeiro de terroirs propícios ao desenvolvimento de vinhos de qualidade.
Os especialistas afirmam que cada uma dessas microrregiões tem um microclima específico, sendo melhor para determinado tipo de uva. Um exemplo disso é a região de Santa Bárbara, reconhecida por seus excelentes vinhos feitos a partir de Pinot Noir e Syrah.
Por conta dessas diferenças climáticas, a divisão do solo californiano – AVAs (American Viticultural Areas) – segue parâmetro apenas geográfico. Assim, ao contrário das AOCs francesas e das DOCs e DOCGs italianas, nas AVAs não existem regras específicas para plantio, cultivo, colheita e técnicas de produção do vinho. A regra impõe, apenas, que para usar o nome de determinada AVA o vinho tem de ter, no mínimo, 85% de uva proveniente daquela AVA.
Até novembro de 2016, das 239 AVAs norte-americanas, 138 são na Califórnia (fonte: U.S. Department of the Treasury).
Napa Valley ou Sonoma Valley?
Essas duas regiões juntas concentram mais de 800 vinícolas. Napa é maior, mais rica, com estilo metropolitano e reconhecida pela produção de excelentes vinhos. Sonoma, por sua vez, é menor, tem menos vinícolas e um conceito voltado para vinícola boutique. É uma área rural e reconhecida por fornecer uvas para outras regiões.
Napa é conhecida mundialmente pela qualidade de seus vinhos. Ali se encontram mais de 500 produtores, tornando-a a mais densa região vinícola do mundo! Várias delas realizam trabalhos reconhecidos de enologia, produzindo vinhos ícones de prestígio mundial.
O território de Napa é estreito, ladeado por colinas vulcânicas baixas, e pode ser dividido em três partes. O lado mais externo tem solo com muito cascalho e boa drenagem natural, perfeito para a Cabernet Sauvignon. A seguir estão as encostas e as plantações nas montanhas, onde há solo vulcânico e uma mistura de argila branca e vermelha com arenito. O solo não é tão profundo, mas é bastante complexo. A combinação dessa diversidade com os micro-climas que citamos antes oferece terroirs únicos. Devido às temperaturas mais frias, as videiras têm menor rendimento e produzem vinhos mais tânicos, frescos e concentrados. Já o vale consiste em uma grande variedade de terroirs sobre rochas e solos argilosos. Os vinhedos mais baixos são capazes de suportar verões quentes e secos.
Em Napa, as cepas brancas mais cultivadas são a Chardonnay e a Sauvignon Blanc. Seus vinhos podem ser leves ou encorpados, mas geralmente bastante frutados. Os Chardonnays da região quase sempre passam por envelhecimento em barris de carvalho, sendo mais pesados que os franceses, além de passarem por uma fermentação malolática, o que traz ao Chardonnay californiano um aroma bem característico de manteiga.
Dentre os tintos, a Cabernet Sauvignon produz os melhores vinhos da região, chegando a envelhecer por dez anos ou mais. Os Merlot são mais suaves. A uva Zinfandel, também bastante cultivada, proporciona vinhos de corpo médio e taninos moderados. O rosé, chamado de White Zinfandel, é super leve.
Sonoma Valley é um núcleo de 50 x 50 km, marcado por amplas planícies, colinas suaves e partes da costa do Pacífico, encontrando-se mais de 300 vinícolas. Ali a vinicultura é de menor escala, com os principais produtores fornecendo uvas para vinícolas de alto nível. O clima é mais fresco que o de Napa, com variações a cada micro-região. As brisas marinhas e neblinas são características das áreas costeiras.
As variedades cultivadas são praticamente as mesmas, mas os vinhos têm estilos diferentes e alguns produtores locais afirmam que a Merlot é mais propícia ao clima e solo locais, produzindo vinhos de excelente qualidade.
Seus Chardonnay são mais leves e frutados que os da região vizinha. Os Cabernet têm corpo médio e são mais macios. A Pinot Noir, conhecida por seu caráter temperamental, dá-se muito bem ao sul desta região, produzindo vinhos frutados, com aroma de cereja, corpo médio e taninos leves. Também é ao sul de Sonoma, mais especificamente em Carneros, que estão as melhores casas de espumantes norte-americanas.
Já Mendocino, à beira do Oceano Pacífico, ainda é uma região em crescimento, apesar de já produzir bons vinhos. É possível encontrar desde um Gewürztraminer delicadamente picante e um leve Sauvignon Blanc com aromas herbáceos a grandes exemplares de Cabernet Sauvignon e Zinfandel.
A sub-região mais importante é o chamado Anderson Valley. Lá, são produzidos vinhos a partir da Pinot Noir e das variedades alsacianas, como Gewürztraminer e Riesling.
Outras regiões californianas de destaque são Monterey, Paso Robles, Russian River Valley, Dry Creek Valley, Alexander Valley, San Luis Obispo, Santa Barbara, Santa Clara Valley, Lodi e Woodbridge.
Produção para o mercado interno
Quem está se preparando para participar do nosso Evento Califórnia, no final de semana de 17 a 19 de fevereiro, com certeza passou por uma dificuldade: é difícil encontrar vinhos californianos no Brasil. Ou são muito caros, ou só achamos rótulos muito básicos. Não há por aqui toda essa variedade que comentei no post até agora.
No entanto, a Califórnia tem enorme expressividade tanto no volume de produção quanto na qualidade dos vinhos, e está entre as quatro maiores áreas produtoras do mundo, ficando atrás apenas de França, Itália e Espanha.
Atualmente, mais de 2 mil vinícolas estão produzindo vinhos na Califórnia, chegando a incríveis 60 mil rótulos. Cerca de 65% de todo o vinho consumido nos Estados Unidos são californianos. A região é responsável pela produção de 90% do vinho elaborado nos Estados Unidos e exporta principalmente para o Canadá, Comunidade Europeia, Ásia e África.
Por que os vinhos da Califórnia são diferentes?
Como comentamos anteriormente, uma das características que fazem da Califórnia um respeitado polo da vitivinicultura no mundo é a sua grande variedade de uvas e vinhos. Há cerca de cem variedades de castas plantadas no estado, cada uma com aroma e sabor próprios que, associados ao tipo de clima e solo onde são cultivadas, produzem vinhos de ótima qualidade.
Os vinhos californianos variam de características e preço, podendo de ir dos sabores simples e frutados a intensos e concentrados, mas sempre com boa qualidade.
Apesar de os enólogos californianos preferirem criar seus vinhos mais ao estilo do “Velho Mundo”, a maioria deles (ao lado da Austrália, Nova Zelândia, Chile e Argentina) são mais simples e frutados como os do Novo Mundo. O clima extremamente quente favorece a maturação da fruta, que fica mais em evidência, em detrimento dos sabores terrosos ou minerais. Isso também explica os altos níveis de álcool dos vinhos da Califórnia, geralmente acima dos 13,5%.
O Chardonnay da Califórnia é muito diferente do Chablis francês. Os enólogos californianos muitas vezes utilizam a fermentação malolática e o envelhecimento em barricas de carvalho para produzir vinhos mais encorpados e com um sabor amanteigado. Já os Sauvignon Blanc não são herbáceos como os vinhos do Vale do Loire ou da Nova Zelândia, mas são frescos, com acidez acentuada e notas florais. Alguns Sauvignon Blanc também passam um tempo em madeira, o que muda consideravelmente a personalidade do vinho.
O estilo do Cabernet Sauvignon que colocou a Califórnia no mapa mundial do vinho com o Julgamento de Paris é ainda uma marca registrada nos dias de hoje. Eles são conhecidos por sua concentração de frutas que produzem vinhos ricos e exuberantes. As plantações de Merlot aumentaram na década de 1990, quando essa casta ganhou popularidade mundial, e até hoje seus vinhos são os varietais mais vendidos nos Estados Unidos. Sua fama foi abalada porque, durante um período, a Merlot foi cultivada em terroirs não propício, ao estilo da Cabernet Sauvignon, resultando em vinhos duros. Hoje, em áreas favoráveis, produz vinhos macios e concentrados.
O Pinot Noir da Califórnia é geralmente mais intenso e frutados que os vinhos elegantes da Borgonha ou do Oregon.
Até ser ultrapassada pela Cabernet em 1998, a Zinfandel era a uva tinta mais plantada na Califórnia, em parte pela popularidade do White Zinfandel. Apesar de serem feitos com a mesma uva, a única semelhança entre o White Zinfandel e o Zinfandel tinto é o nome. O Zinfandel é um vinho potente, frutado, com altos níveis de acidez e um sabor típico de geléia. Já o White Zinfandel é um rosé muito leve e doce. Apesar de ter sua origem na Europa (a Zinfandel é a Primitivo italiana), essa casta é considerada uma uva ícone nos Estados Unidos.
O potencial para produzir espumantes de qualidade na Califórnia atraiu algumas casas de Champagne, como Moët et Chandon, Taittinger e Louis Roederer’s Roederer Estate. Apesar de feitos com as mesmas uvas e geralmente seguirem as mesmas técnicas de produção, os espumantes da Califórnia trazem as notas de frutas sem serem extremamente frutados. São vinhos mais finos e elegantes. Além disso, enquanto as condições climáticas de Champagne permitem produzir safras vintage somente em anos excepcionais, na Califórnia isso é possível praticamente todos os anos.
Desde o renascimento dos vinhos da Califórnia, nos anos 1960, os vinhos fortificados e de sobremesa melhoraram muito sua qualidade. Beringer foi o primeiro a criar um vinho botritizado a partir de Sauvignon Blanc e Sémillon mas, diferente de Sauternes, a introdução da Botrytis Cinerea é feita em laboratório, depois de colhida a uva. Mais tarde, produtores de Anderson Valley passaram a fazer a botritização naturalmente nos vinhedos.
Anderson e Alexander Valley também são regiões reconhecidas por seus vinhos Late Harvest produzidos com Riesling. Diversos vinhos Moscatel no estilo francês e italiano são produzidos por toda a Califórnia e são conhecidos por seu aroma intenso e acidez balanceada. Os vinhos californianos no estilo do Porto são frequentemente feitos a partir de castas portuguesas como Touriga Nacional, Tinta Cão e Tinta Roriz. Além disso, há vinhos de sobremesa típicos da região produzidos com Zinfandel e Petit Syrah.
Os vinhos da Califórnia melhoram com o tempo?
Essa é outra diferença entre os californianos e seus pares europeus. Claro que podem envelhecer, principalmente quando são varietais e produzidos a partir de Cabernet Sauvignon. Mas a sua curva de evolução é muito diferente.
A medida que evolui, o vinho da Califórnia torna-se mais suave, os sabores da fruta e do carvalho ficam mais integrados. Na maioria dos casos, parecem os mesmos, mas perdem suas qualidades de exuberância. Claro que há exceções – há vinhos até da década de 1950 que proporcionam uma excelente experiência. Mas essa é exceção, e não a regra, para os vinhos da Califórnia.
Quer exclusividade?
Degustar vinhos premiados da região de Napa Valley pode não ser uma tarefa tão fácil, mas vale cada gole. Muitas vinícolas abrem sua seleta adega somente para colecionadores, mas se você tiver bons contatos, é possível ser recebido em uma delas. Veja essa lista de seis vinícolas mais exclusivas de Napa Valley.
Por Daniela Filomeno, da revista online Viagem & Gastronomia
Lokoya
A Lokoya é uma das mais exclusivas vinícolas de Napa Valley e produz um dos melhores Cabernet Sauvignon da região. A cada safra, quatro vinhos são produzidos da mesma forma, com o mesmo procedimento e mesmos barris. O resultado é surpreendente: quatro vinhos bem diferentes. A degustação é uma experiência imperdível. O sabor de cada terroir é facilmente identificado em uma degustação.
Napa Valley Reserve
A Napa Valley Reserve é um projeto de Bill Harlanm, dono do hotel cinco estrelas Meadowood Resort and Spa, também da Califórnia. A vinícola possui um conceito de clube, no qual o associado paga US$ 180 mil e tem direito a frequentar suas instalações, com salas exclusivas de degustação e “lockers” para armazenar os vinhos. E também pode adquirir uma caixa de vinho por US$ 1 mil. Os vinhos vêm com especificações personalizadas feitas pelo winemaker Bob Levy para determinar a quantidade de cada uva em cada garrafa: se entra mais da Cabernet Sauvignon ou Merlot, por exemplo. Não dá para ser mais exclusivo que isso.
Cardinale
Já a vinícola Cardinale é aberta ao público, mas somente com reserva. Mais um exemplo de um blend de Napa Valley que tem como base Cabernet Sauvignon com terroir montanhoso e Merlot do vale. No distrito de Oakville, suas uvas vêm de quatro montanhas, principalmente as de Mount Veeder e Howell Mountain, resultando em um vinho elegante e premiado. O lugar é charmoso e lembra as vinícolas da Toscana.
Kenzo
A Kenzo Estate, com 1,6 mil hectares, fica na antiga propriedade do time equestre olímpico dos Estados Unidos. Seu projeto foi realizado sem restrições financeiras e com os melhores viticultores e winemakers da região. O idealizador é o ícone de videogame no Japão, Kenzo Tsujimoto, também dono da Capcom. A vinícola oferece degustações harmonizadas com delícias gastronômicas do seu restaurante, o Bouchon.
Verité
A Verité é a vinícola nos Estados Unidos que mais possui vinhos com 100 pontos de Robert Parker, o grande e famoso expert da bebida no mundo. As técnicas usadas para fabricar os vinhos impressionam. As safras atuais, de 2012 – uma das melhores safras em 25 anos – têm três espetaculares vinhos: La Muse, La Joie e Le Desir.
Seven Stones
A Seven Stones também guarda seus vinhos a sete chaves e não abre para o público geral. Em um dos lugares mais pitorescos de Santa Helena, dentro do Meadowood Resort and Spa, a vinícola tem um excelente vinho do winemaker Aaron Pott. Fica em uma região na qual o solo, vulcânico e bem drenado, produz alguns dos melhores vinhos de Napa.
Depois de tanta informação, ficou com vontade de provar um vinho da Califórnia? Então abra uma garrafa, e conta pra nós o que achou, deixando seu comentário aqui no post. Queremos muito saber a sua opinião!