Este mês o tema do evento da Confraria Viva o Vinho foi uma das mais tradicionais regiões produtoras da América do Sul: Mendoza, na Argentina. E teve duas participações muito especiais, os queijos Cruzília e a importadora Grand Cru.
Ambas dispensam apresentações e contribuíram de maneira brilhante com o evento. A Cruzília nos enviou três novos produtos de sua linha premium e a Grand Cru entrou com três excelentes vinhos para a nossa reunião presencial em São Paulo e um almoço comemorativo no Grand Cru Moema.
Desde que nos propusemos a realizar o Viva o Vinho, a Grand Cru tem manifestado admiração pelo nosso trabalho com ações espontâneas, como nos enviar uma garrafa de vinho para nossa comemoração mensal de casamento.
Com relação ao restaurante, não foi a nossa primeira visita. Ele figura na nossa lista de preferidos, principalmente no almoço de domingo, quando há um cardápio especial imperdível. É um daqueles lugares que se vai para relaxar e aproveitar uma excelente comida e um bom vinho a preço justo.
Surpresa na recepção
Logo que chegamos, estava na porta o maitre Ademar Pedrosa, por coincidência acompanhado do sommelier Adriel Alves.
Ele nos cumprimentou sorridente, somos clientes da casa, e foi aí que lhe fizemos a surpresa quando informamos que tínhamos uma reserva. Ao checar a lista, ele riu com o fato de sermos nós os convidados para um almoço comemorativo. Ele estava no aguardo, mas não havia associado os nomes.
Foi nesse ambiente leve e divertido que Ademar nos encaminhou para a nossa mesa e nos apresentou o garçom do dia, seu filho, Rennan Pedrosa.
Fomos então servidos de um excelente Espumante André Delorme Crémant de Bourgogne Brut, um assemblage de Pinot Noir, Chardonnay, Gamay e Aligoté.
Claro, brilhante na taça, com borbulhas fartas e constantes. Nos aromas já foi possível notar a presença da Pinot Noir e da Chardonnay. Na boca, demonstrou muito equilíbrio e certa refrescância. Excelente para se preparar para um almoço que comemorava o evento da Confraria com a maior participação que já tivemos até hoje.
Cabernet Franc de Mendoza
Para nosso almoço selecionamos um vinho muito especial, o Pulenta Estate Gran Cabernet Franc 2011.
Essa escolha teve um motivo bem particular. Recentemente temos notado que esta casta, muito utilizada em cortes, tem surgido em varietais elegantes, que agradam os paladares mais exigentes.
Este é um vinho marcante, diferenciado. As vinhas foram plantadas em 1992 a 1.000 metros de altitude. A maceração ocorre a 8ºC e dura 21 dias. Depois disso, acontece a fermentação em tanques de aço inox e barricas, seguida da fermentação malolática espontânea em barricas. Só então o vinho é colocado em barricas de carvalho francês de primeiro uso durante 18 meses. Todo esse trabalho resulta em um vinho estruturado e com toda a elegância que a casta pode oferecer.
Antes de experimentá-lo, o sommelier Adriel Alves realizou a preparação em um ritual bem bacana de assistir.
Começou com a retirada cuidadosa da rolha e de uma pequena porção do vinho em uma taça pequena. Checados os aromas, esta quantidade mínima é utilizada para preparar as grandes taças Riedel que estavam à disposição. Isso se faz girando a taça cuidadosamente com o vinho.
Por fim, o mesmo vinho é colocado no lindíssimo Decanter Mamba Riedel, inspirado na forma de ataque da cobra que leva o mesmo nome e é considerada a mais rápida do mundo, para que seja realizado o mesmo processo. Só então o vinho é colocado para decantar, com muito cuidado por conta do seu formato diferente.
O processo vocês podem conferir na galeria abaixo e no vídeo.
A degustação veio depois de um tempo. Como era de se esperar, o vinho era denso e brilhante, do tipo que literalmente tinge a taça. Lágrimas em abundância e lentas. Os aromas possuem uma presença inicial marcante de pimentão fresco e especiarias, que evoluem para café, algo bem diferente. Na boca muita, mas muita elegância, com um ataque inicial redondo, final longo e persistente. Não a toa essa safra recebeu 91 pontos de Robert Parker.
Para começar, entradas saborosas
Iniciamos com duas entradas completamente diferentes. Quem nos acompanha sabe que costumamos nos divertir pedindo pratos diferentes e experimentando um do outro, curtindo a harmonização proporcionada por cada um deles.
A Renata escolheu um Tomate Confit Grelhado, que acompanha uma burrata, emulsão de manjericão e crostata. Eu fui de Creme de Grana Padano com azeite de trufas.
Para acompanhar poderíamos ir para o vinho tinto, mas resolvemos ficar no espumante um pouco mais e o resultado foi bem interessante. Sua refrescância ofereceu um paladar diferente, destacando o sabor das entradas.
Harmonização perfeita com o vinho
Estávamos com um Cabernet Franc e pensamos muito durante a escolha para obtermos uma boa harmonização. Optamos por pratos que contivessem carnes e que pudessem proporcionar uma experiência diferente.
A Renata ficou com um Ravióli de Pato ao Molho de Tangerina (!) e eu fui de Short Rack de Javali Laqueado ao Tamarindo acompanhado de tagliolini de mandioquinha, que é na prática uma mandioquinha cortada na forma de um talharini, algo bem diferente.
São pratos saborosos e muito bem elaborados. O paladar ao mesmo tempo marcante e delicado das carnes, combinado com os acompanhamentos que tinham um leve adocicado, contribuíram para que a harmonização ficasse perfeita. Não houve qualquer sobreposição.
Para fechar, uma enorme sobremesa!
No cardápio do Grand Cru Moema há uma sobremesa que é “para os fortes”: a Travessura e Gostosura.
Um mix de seis sobremesas do cardápio: Suflê de Goiaba com Mascarpone e Mel, Mousse de Chocolate com Emulsão de Café, Caramelo de Maçã e Crumble de Sal com Sorvete de Creme, Mini Churros com Nutella e Doce de Leite, Panacotta de Baunilha ao Mirtillo e uma bola de Sorvete de Pistache para arrematar.
Melhor que ficar aqui falando da delícia que estava, é olhar as fotos que tiramos em duas visões, a minha e a da Renata.
Para acompanhar, bebemos um Morandé Late Harvest 2015, um vinho de sobremesa diferente, feito a partir da uva Sauvignon Blanc. Na taça um belíssimo dourado claro, no nariz uma profusão de aromas de maracujá, abacaxi e laranja, e no paladar uma doçura leve, equilibrada. Foi perfeito.
Para encerrar, não podia faltar o cafezinho acompanhado de um pote de M&M (!).
Para sentar e relaxar
O ambiente do Grand Cru Moema é diferenciado. Nós já havíamos citado em nosso post anterior, Almoço de domingo na Grand Cru, o quanto é bacana fazer uma refeição em um ambiente cercado de vinhos, escolher sua garrafa na prateleira e, melhor ainda, pagar um preço justo pela bebida.
A entrada discreta e bem decorada, o sorriso das pessoas, tudo nesse restaurante foi feito para que seus visitantes tenham momentos de tranquilidade e prazer.
No térreo há ainda um ambiente nos fundos, com paredes que remetem a uma casa antiga e uma sala mais isolada, com mesa para oito pessoas, excelente para momentos com mais privacidade. No primeiro andar há espaço para eventos onde, certamente, esperamos realizar um encontro da Confraria Viva o Vinho.
Desta vez, passamos quatro horas no restaurante, aproveitando cada momento. Não poderíamos estar mais felizes com o respeito e carinho com que a Grand Cru nos recebeu para comemorarmos o sucesso de mais um evento da Confraria.
Um pouco mais desse lugar especial e das pessoas
Pulenta Estate Gran Cabernet Franc 2011
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Ao abrir a garrafa
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Na taça
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A prova
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Meia hora depois
Minhas impressões
Como era de se esperar, é um vinho denso e brilhante, do tipo que literalmente tinge a taça. Lágrimas em abundância e lentas. Os aromas possuem uma presença inicial marcante de pimentão fresco e especiarias, que evoluem para café, algo bem diferente. Na boca muita, mas muita elegância, com um ataque inicial redondo, final longo e persistente. Não a toa essa safra recebeu 91 pontos de Robert Parker.
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