Quando os dias se tornam mais longos e o clima começa a aquecer, todo mundo gosta de desfrutar de um final de tarde na beira da piscina tomando um vinho bem fresquinho. Pelo menos é assim que imaginamos nosso dia de verão perfeito, em especial se estivermos em ótima companhia.
Com a chegada do verão aqui em Portugal, decidimos desvendar o mistério por trás dos vinhos rosés. Aliás, você sabia que no dia 26 de junho se celebra o Dia Internacional do Rosé? Na verdade, é sempre na quarta sexta-feira de junho, que neste ano é dia 26.
Vamos aproveitar a data e ver tudo o que esse vinho tem para nos oferecer!
Você sabe o que é vinho rosé?
Anteriormente renegado por muitos amantes de vinho ao redor do mundo, o vinho rosé tornou-se nos últimos anos uma tendência muito apreciada para os dias de verão. Naturalmente mais leves e frescos, estes vinhos apresentam cor rosada, com tonalidades diferentes, que variam de acordo com as castas e a técnica de vinificação utilizada.
Entre as uvas mais usadas na sua produção, encontramos Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot, Malbec, Carignan, Cinsault, Sangiovese, Grenache e Tempranillo, entre outras. Em Portugal, muitos produtores mostram preferência por produzir vinhos deste tipo com castas nacionais, como é o caso da Touriga Nacional, da Touriga Franca e da Baga.
Seu maior diferencial é, sem dúvida, a sua cor, que pode variar de um laranja pálido a um tom de pêssego e salmão, ou mesmo um cereja-claro. Já nos aromas, estes vinhos também podem surpreender e entregar experiências bastante positivas. Entre os aromas mais comuns, destacam-se os florais, como rosa, flor de laranjeira e cravo; e os frutados, como morango, frutas vermelhas e cereja.
Na verdade, os rosés podem ser muito versáteis e apresentar diversas cores e sabores, sendo um vinho ideal para acompanhar aperitivos e pratos de cozinha oriental, sardinhas e outros peixes assados, além de diversas preparações com carne de porco. Além disso, é um vinho muito típico do verão e a bebida eleita para os dias mais ensolarados!
Saiba como é feito um vinho rosé
O vinho rosé pode causar confusão em algumas pessoas, principalmente devido à forma como é elaborado. Há quem pense que se trata somente da mistura entre um vinho branco e um vinho tinto, mas não é isso. Apesar dessa mescla ser permitida em alguns países, ela leva o nome de Clarete, e não é vinho rosé.
Geralmente, o vinho rosé é produzido com um maior controle da técnica de maceração, ou seja, com menor contato entre o mosto e a película das uvas tintas. Dessa forma, torna-se possível obter uma coloração menos intensa e um sabor levemente tânico, por conta das características típicas dessas uvas. O resultado: um vinho mais leve e fresco.
Outro método de produção de um vinho rosé é a sangria. Nesse caso, as uvas tintas seguem o processo normal de produção de vinhos tintos e, após um determinado período, as películas são retiradas e o líquido (sangria) segue para o processo de fermentação. Por esse método, podemos esperar um rosé mais escuro, encorpado e geralmente mais alcoólico que o normal.
Conheça os estilos de rosés
Frutado, doce ou seco — os rosés podem ter estilos muito diferentes. Tudo vai depender da uva da qual são produzidos e também do método de vinificação utilizado. Saiba mais sobre cada um deles.
Frutado
Esse estilo é muito característico dos vinhos elaborados com as uvas Sangiovese, Grenache e Pinot Noir. Na cor são mais avermelhados e, por vezes, acobreados. No sabor, revelam toques de morango, pêssego, mas também rosas e pimenta. Os vinhos com este estilo também apresentam notas florais, em especial se forem produzidos com uvas de Provence – muito característico da região.
Doce
Muitas vezes relacionado com o uso da uva Zinfandel (ou Primitivo, na Itália), os rosés mais adocicados apresentam sabores de morango, lima e limão. Há quem note até um toque de algodão doce. Na sua maioria, são vinhos com uma elevada acidez e, por isso, é aconselhável bebê-lo bem frio.
Seco
Tempranillo, Syrah e Cabernet Sauvignon são geralmente as responsáveis por elaborar os rosés mais secos e complexos. Os vinhos deste estilo apresentam características muito semelhantes às dos vinhos tintos, revelando uma acidez mais tranquila, estrutura encorpada e um teor alcoólico mais elevado. Na boca, com certeza trará um certo toque de melancia, morango, cereja e pimenta.
Espumantes
Além dos vinhos, os espumantes rosés também são referência no mercado. Estes espumantes são elaborados com os mesmos métodos de produção dos espumantes brancos. A diferença remete apenas à tonalidade desejada do espumante, e para isso é feito também o contato com a película durante a vinificação.
As principais regiões produtoras de vinhos rosés
Os primeiros vinhos rosés tiveram origem na França, mais especificamente na região de Provence. Lá, os vinhos são reconhecidos pela sua cor rosada, com tonalidade salmão ou casca de cebola. Por conta da acidez acentuada, o seu frescor é marcante, assim como os aromas frutados.
Mas não é somente em Provence que os rosés dão o que falar. Na região de Bordeaux, por exemplo, encontramos vários vinhos produzidos a partir das castas Cabernet Sauvignon e Merlot. Porém, se procurarmos um vinho de elevada qualidade, a Borgonha é responsável por produzir alguns dos melhores rosés da França com a casta Pinot Noir — já mais difíceis de encontrar!
A Itália também é reconhecida pela produção de vinhos rosés, com foco especial no Sul do país. Entre as regiões mais prestigiadas, destaca-se a Toscana, com o trabalho desenvolvido com a casta Sangiovese. Já na região do Lago de Garda, a uva Gropello é referência nacional para a produção de rosés de qualidade. Também não podemos deixar de lembrar os famosos rosés da uva Moscato – muito conhecida no mundo dos vinhos rosados.
No entanto, se existe povo apaixonado por rosés, é sem dúvida o espanhol. Na Espanha, as regiões de Rioja, Navarra e Penèdes são as principais produtoras de vinhos rosés do país e conhecidas por utilizar castas como a Grenache, Tempranillo e Merlot.
Os vinhos rosés em Portugal
Além de apresentar um elevado consumo deste tipo de vinho, Portugal é país de destaque no que diz respeito aos rosés. Produzidos em todas as regiões do país, os rosés portugueses são referência até mesmo no mercado internacional. Entre os mais conhecidos, encontramos rótulos como o Mateus Rosé (um dos vinhos mais produzidos do mundo), Lancers e Casal Mendes. No entanto, quase todos os bons produtores têm um rosé na sua gama de vinhos.
Entre as castas mais utilizadas em Portugal para a produção desses vinhos, destacam-se a célebre Touriga Nacional, a Touriga Franca, a Aragonês, a Castelão e a Baga – uma casta tinta predominante da região da Bairrada. No entanto, a variedade de uvas utilizadas para a produção de rosés em Portugal é bastante apreciada, seja em blends ou varietais.
