Depois de 3 décadas, Don Melchor se desvincula da Concha Y Toro
Don Melchor, o primeiro vinho ícone da indústria chilena e uma verdadeira referência entre os vinhos de alta gama no mundo, marca uma nova e importante etapa em sua história. Para celebrar seus 30 anos de trajetória, seu enólogo Enrique Tirado foi ao Brasil — segundo mercado consumidor da marca entre os 77 países onde está presente — e anunciou, em jantar de gala no dia 28 de novembro em São Paulo, a Viña Don Melchor, agora uma vinícola independente.
O segmento de vinhos de alta gama é um dos que mais cresceu nos últimos anos, com uma média de 30% de crescimento anual em países como Brasil ou México. A desvinculação de Don Melchor da Concha Y Toro foi um movimento lógico da marca, que há mais de 10 anos funciona de maneira autônoma em termos de manejo agrícola e enólogo. A celebração de seus 30 anos se apresentou como o momento ideal para essa mudança. Sua produção nas últimas três temporadas foi entre 12 e 14 mil caixas, e com a nova vinícola a ideia é chegar a 17 mil entre 2020 e 2022, com foco em quatro mercados principais e seis mercados secundários.
Entre os principais mercados estão os Estados Unidos, seguido de perto pelo Brasil, China e, é claro, pelo Chile. A mudança busca que o consumidor perceba Don Melchor como uma vinha com dedicação exclusiva na produção de um único vinho, mas não impactou seu valor final. A safra 2017, lançada concomitante ao anúncio da nova Viña Don Melchor, chega ao mercado brasileiro por R$ 704,00 a garrafa. Sua principal novidade é o rótulo, que traz agora em evidência o Casarão Don Melchor, representando a entrada da Vinícola.
Enrique Tirado reafirma seu compromisso com a marca e passa a ser também o CEO de Don Melchor, continuando seu trabalho como enólogo. “Assumo a administração da vinha, mas ainda estou completamente envolvido na elaboração de Don Melchor. Há uma equipe enológica e um viticultor com suas respectivas equipes, mas todas as decisões do vinho ainda estão passando por mim”, comenta. “Acreditamos que é importante que um vinho como Don Melchor tenha alcance global, apesar de ser um vinho de produção limitada, nunca esquecendo que o plano de crescimento é limitado à vinha Don Melchor e suas flutuações anuais”, finaliza o CEO da Vinã Don Melchor.
Os 127 hectares de vinhedos em Puente Alto, aos pés da Cordilheira dos Andes, no Vale do Maipo, que compõem a Vinã Don Melchor, têm 27 pessoas atuando na sua produção, e em épocas de colheita, pode exceder 100. Além disso, a empresa tem apoio administrativo das equipes de marketing, comercial e financeira da Concha y Toro. Hoje não é possível comprar mais hectares em Puente Alto, no entanto, o plano para alcançar a projeção esperada está associado a um plano de renovação, replantando as parcelas que hoje apresentam baixo rendimento e que no futuro permitirão aumentar a produção.
Repack
Junto com a apresentação da Viña Don Melchor, a marca comemora trinta anos com o lançamento da safra 2017 quando apresenta um packaging renovado, acentuando sua liderança como o grande vinho ícone chileno proveniente do célebre terroir de Puente Alto. Seu rótulo passa de representar o portal da Viña Concha y Toro a mostrar o Casarão de Don Melchor, um ícone inconfundível que representa a história de Don Melchor, seu legado e a importância que este vinho possui na viticultura chilena.
Safra 2017
Esta safra está composta por 98 % de Cabernet Sauvignon e 2 % de Cabernet Franc. O vinho passou por 15 meses em barris de carvalho francês, 67% dos mesmos de primeiro uso e 33% de segundo uso. Don Melchor 2017 é um vinho de extraordinária elegância, com uma presença marcante de frutas vermelhas. Em boca, mostra uma grande expressão de fruta do Cabernet Sauvignon do vinhedo de Puente Alto, com taninos finos e delicados que ao mesmo tempo entregam grande elegância e complexidade com notável equilíbrio, energia e concentração.
Sobre Don Melchor
O vinhedo Don Melchor tem desempenhado importante papel na história moderna do vinho chileno. Localizado na Cordilheira dos Andes, margem norte do Rio Maipo, no Vale do Maipo, a 650 metros acima do nível do mar, o vinhedo remonta a meados do século XIX, quando as primeiras variedades francesas pré-filoxera foram importadas da França. Atualmente é formado por 127 hectares, divididos em sete lotes, dos quais 90% correspondem à Cabernet Sauvignon, 7,1% à Cabernet Franc, 1,9% à Merlot, e 1% à Petit Verdot.