A Revista de Vinhos voltou a distinguir e homenagear as principais personalidades do universo dos vinhos e da gastronomia nacional na mais recente edição dos Melhores do Ano 2020. Pelo 24º ano consecutivo, é reconhecido o trabalho de empresários, produtores, distribuidores, restauradores e operadores turísticos e gastronómicos, principalmente num ano tão atípico de pandemia como 2020.

Aqui o mérito é avaliado segundo minuciosos critérios que podem ir desde a inovação, vontade de superação, conhecimentos técnicos, desenvolvimento científico, sustentabilidade e preservação, até modelos de enoturismo e principais tendências do setor. Isso implica ter consciência do que é feito nacional e internacionalmente, de maneira a entender o mercado e o presente e futuro do consumo.

Esta recompensa pelo árduo trabalho ao final de um ano vem, assim, premiar os protagonistas do setor, como é exemplo a Fita Preta, eleita Produtor do Ano, e o Conde Vimioso, destacado como a Marca do Ano.

Produtor do Ano: Fita Preta

Fita Preta | Viva o Vinho

Entre grandes nomes como João Barbosa, Kranemann Wine Estates e Romano Cunha, a Fita Preta destacou-se como o produtor do ano, não só pela sua história e inovação singulares, como também pela qualidade irrepreensível das suas produções.

António Maçanita é uma figura de destaque nesta narrativa, chegando mesmo a ser considerado um dos enólogos mais criativos da sua geração, num percurso que alinha funções de consultor e de autor dos seus próprios vinhos.

Nos Açores assegura a sua força através da Azores Wine Company, porém, é com a Fita Preta que demonstra o que de melhor há por terras alentejanas.

Chegado ao Alentejo com 23 anos, António juntou-se ao viticultor britânico David Booth e juntos fundaram a Fita Preta. Entre as produções mais emblemáticas distinguem-se o Sexy, um sucesso desde o primeiro momento, tornando-se uma marca por si só; Preta, uma referência de topo; e as gamas Signature Series e Chão dos Eremitas, nas quais coabitam castas como a Alicante Branco, a Baga e a Tinta Carvalha.

Após o falecimento de David em 2012, a enóloga Sandra Sárria juntou-se a António e à sua irmã, Joana Maçanita, também enóloga para continuar o trabalho.

Porém, há um fator comum entre qualquer vinho deste produtor: a sua qualidade. Esta característica distingue, realmente, a Fita Preta dos demais e leva os consumidores para fora da sua zona de conforto.

O mais recente investimento da empresa é a sua nova adega localizada em Évora, com o intuito de ser um local de trabalho, casa de família e, futuramente, local para pernoitar a quem visita. Nós estivemos lá em janeiro do ano passado e vimos de perto a beleza da propriedade.

Fita Preta | Viva o Vinho

Marca do Ano: Conde Vimioso

Falua | Viva o Vinho

Fundada 1994 por João Portugal Ramos, a Falua foi comprada pelo grupo francês Roullier em 2017. Da Falua nasce a marca Conde Vimioso, destacada pela Revista de Vinhos entre nomes como Montes Claros, Muros Antigos e Pacheca.

Assumindo grande parte das produções da Falua, representando 350 mil unidades dos 4 milhões produzidos anualmente, Conde Vimioso é o representante perfeito da região do Tejo.

Para além de manter as gamas Colheita e Reserva, a marca apostou em produções de outros patamares e versões, direcionadas essencialmente para garrafeiras e restaurantes. Isso prova o posicionamento gastronómico destes vinhos, como é o caso da linha Conde Vimioso Somellier Edition que, tal como o nome indica, é amiga dos sommeliers. Também o Tinto Superior, o Touriga Nacional e o Conde Vimioso Vinha do Convento 2017, o mais recente lançamento, estão sob a alçada da marca.

Focando-se igualmente no potencial individual de castas como a Fernão Pires ou a Trincadeira, o Conde Vimioso destaca-se como a melhor marca do ano pelo seu contributo tanto para a Falua como para a região.

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